É chegado um dos dias mais esperados desta viagem, o dia de ir de Copiapó à Fiambala pelo Paso San Francisco.
Pra variar, saímos mais tarde do que o planejado. Aqui a primeira dica, saia cedo. Saímos da cidade em torno das 10:00, se tivessemos saído as 7:00, no máximo 7:30 seria perfeito.
Bem na saída de Copiapó, quando vai-se pegar a estrada que entra para o Paso tem um posto, então não precisa ficar procurando posto dentro da cidade, pode abastecer ali.
Ali, também tem a placa enorme que avisa que os próximos 470 Km que levam até Fiambalá não têm postos de abastecimento. Antes que eu esqueça, fomos com o tanque da moto cheio, 24 litros, e levamos 11,5 litros extras.
Começamos então o caminho. No início está bom até, eu já esperava uma pedreira braba, dos 280 Km de rípio que sabia que encontraríamos. No começo está com a estrada parecida com as que encontramos em San Pedro, que já falamos aqui, um compactado de areia e sal que fica bem bom. Nos primeiros Km ainda tem movimento na estrada pois tem minas por ali, então passam caminhoes e camionetes até que regularmente. O rípio que pegamos logo depois está tranquilo e vai até a aduana onde se dá saída do Chile.
Até aqui o caminho tem partes não muito interessantes e outras bonitas, mas ainda nada de cair o queixo, na minha opinião, que fique bem claro!!!
Ah! Que fique claro que por hora, sou eu, Maira escrevendo, opinião sobre o rípio da caroneira, depois o piloto coloca aqui sua impressões.
Depois de sair do Chile, digo, de onde se faz a papelada, pois a saída oficial é no marco do Paso, tem ainda uns Km daquele "asfalto" compactado. Logo que entramos nessa fase da estrada encontramos 2 que estavam vindo da Argentina e já nos avisaram que quando terminasse este pedaço viria o brabo do rípio!!!
E ele chegou! Putz, brabo mesmo, muita pedra solta, "caixas" fofas de areia, complicado, são em torno de 70 Km que fazem jus ao que se fala do terreno do Paso San Francisco. Mas, a paisagem vai ficando cada vez melhor, como é lindo!
Montanhas, chega-se alto, aproximadamente 4.600m de altitude, passa-se pertinho de vulcões com neve no topo ainda, montanhas que são cobertas por uma vegetação própria, amarela, que deixa nuxances de cores lindas. As montanhas coloridas aparecem e todo o esforço vale á pena!
No final já desse trecho ainda me terras chilenas está a Laguna Verde, que, para nossa parcial tristeza não estava tão verde assim. O dia estava nublado, o sol não apareceu e não teve o efeito da luz que a deixa verdíssima. Mas digo que a tristeza foi parcial porque ainda assim o lugar é lindo! A Laguna é grande e as montanhas ao redor são lindas! Estava frio por lá, aliás pegamos um bom trecho de frio. Paramos ali, para descansar, comer (eu ainda estou na bolachinha água e sal....) e olhar...só olhar...
Depois de um tempo por ali, resolvemos seguir adiante, mais rípio brabo, umas gotas de chuva e chegamos ao marco, Paso San Francisco!!!! Chegamos, fizemos!!!! Ah, o lugar continua liiiiindo.
Não ficamos muito tempo parados porque o céu mostrava que chuva vinha, e logo, e não parceia pouca! Estava frio...
Ao entrar para o lado argentino aquele visual maravilhoso que nunca, nunca vamos esquecer. Tirando os contra tempos (acabaram as baterias da máquina fotográfica, do meu celular e da Go Pro!!!, ficamos só com o celular do Iuri que não é a melhor câmera que temos para as fotos, mas enfim, foi com ele que tiramos, a chuva veio, vinha nos empurrando, não tinha toda a luminosidade que a paisagem pede), ainda com isso tudo, o lugar é um espetáculo à parte!! Nossa...
São montanhas amarelas, isso, amarelas, elas são completamente cobertas pela vegetação que falei anteriormente, abundantemente cobertas! É uma coisa inexplicável, coisa de agradecer aos céus a oportunidade de poder ver, presenciar aquilo tudo!
A estrada vai "baixando", curvas, não tão acentuadas, tipo "mini caracoles" e lá no fim está a aduana argentina. Ah, esqueci de dizer, o pedaço argentino é todo de asfalto.
Feitos os papéis, autirozados a entrar no país seguimos por aquele caminho lindo, que vai mudando, vem a cordilheira que continua belíssima!
Como falei, se tivéssemos saído mais cedo seria perfeito porque no final do nosso percurso, quase chegando em Fiambala já estava escuro e o caminho ainda é lindo.
Chegamos em Fiambalá com a chuva nos nossos calcanhares e ficamos no primeiro lugar que vimos, tinha 2 motos paradas na frente e pensamos, é aqui que vamos ficar!
Não deu meia hora veio uma tempestade de areia e acabou a luz da cidade. Chegamos na hora certa!!!
As duas motos eram do Robson e do Guilherme, pai e filho, paranaenses, que estão viajando junto e vão fazer o Paso amanhã. Dupla gente finíssima! E ainda lindo de ver, pai e filho fazendo aquilo juntos.
Não demorou muito, chegam mais 2 de moto ali pedindo poso, vinham do Paso e chegaram naquela escuridão!
Eram Telmo e Marcio, gaúchos, que ficaram por ali também.
Passamos a noite sem luz. Sorte que nosso hotel 5 estrelas (tudo bem que esqueceram de colocar 4 e 1/2, andava só 1/2 estrela por lá!) tinha gerador e pudemos ajeitar tudo com iluminação.
Descanso merecido a todos. E a chuva segue lá fora!!
Para informação, a gasolina que tinhamos deu e sobrou tranquilamente. Ah, e o Marcio nos contou que na aduana argentina tem um tiozinho que vende gasolina, não é garantido que sempre tenha mas pra quem está em apuros pode ser uma opção de saída.
Outra coisa, depois da aduana argentina tem um complexo tursitico, com hotel, novo, soubemos que cobram 50 dolares por pessoa e que é bom. Portanto uma opção para quem quiser dormir por ali e não tocar direto até Fiambala.
Hotel: Hosteria Santa Rita