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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cultura Popular - Argentina

Ao longo do caminho percorrido pela Argentina, tanto na ida como na volta, nos chamou atenção uns tipos de capelas na beira da estrada. Os tamanhos mudavam, mas havia um tipo que era cheio de faixas e tecidos vermelhos e outro que ficava cheio de garrafas pet em volta. Pareciam com essas homenagens que fazem a pessoas que morrem na estrada mas não era isso, sempre tinham o mesmo padrão, e então fomos em busca de saciar nossa curiosidade.
Descobrimos que na Argentina existem dois santos populares que não são reconhecidos pela igreja católica mas têm a devoção de grande parte dos argentinos.
Um deles é Gauchito Antonio Gil, que seria um homem que na época da guerra civil foi recrutado para lutar pela Argentina e que teve um sonho, onde uma divindade o dizia que dita guerra não tinha fundamento algum, por este motivo ele não se apresentou ao exército. Dado como desertor, foi perseguido pelo exército argentino e durante 1 ano conseguiu fugir e se esconder pelo país com a ajuda das pessoas que admiravam sua coragem e atitude. Encontrado pelos militares, que tinham ordem de matá-lo, pediu clemência e piedade, dizendo ao oficial que lhe prendeu que havia tido um sonho onde viu que o filho deste militar estava doente, pediu que lhe poupasse a vida e ele rezaria pela criança. O militar não recuou. Antes de ser morto, Gauchito Gil fez uma oração pedindo que o menino fosse curado. Dias depois o menino estava completamente são. Gauchito foi considerado milagroso e até hoje é considerado santo e homenageado pelas estradas da argentina com pequenas, ou grandes, capelas improvisadas às margens das estradas, com muitas faixas vermelhas que lembram o lenço vermelho que ele usava no pescoço.
A outra é a Defunta Corrêa, uma mulher que teve seu marido recrutado para a guerra civil. Inconformada em ficar distante do marido, pegou seu filho, um bebê ainda de colo, e saiu pelo país para encontrá-lo. Diz-se que na região do deserto de San Juan sua comida e água acabaram e nesta região ela morreu de sede e desnutrição. Dias depois de sua morte encontraram seu corpo no deserto e seu filho ainda vivo, graças ao leite que mesmo depois de morta continuava produzindo. Isso foi considerado um milagre e tornou-se santa para os argentinos, mesmo sem reconhecimento da igreja. Hoje, no suposto local onde morreu, próximo a San Juan há um complexo que conta com capela, venda de lembranças, etc. Pelas estradas encontra-se capelas onde dentro está uma imagem de uma mulher deitada abraçada a uma criança e as garrafas em torno são oferendas de água para ela que supostamente morreu de sede.
Por termos ficado muito curiosos resolvemos postar aqui o que descobrimos, assim quem passar por estas capelas pela estrada já sabe do que se trata.

Gauchito Gil

Gauchito Gil
 
Oferenda de água à Defunta Corrêa

Imagem no interior da capela da
Defunta Corrêa

Um comentário:

  1. Show essa viagem ! Deu vontade de fazer uma assim também. Saudades de vocês. Abraços, Henry, Lidi e Anna Luiza

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